II
Perseguição é fome.Meus (e nossos) devaneios cortam e mastigam a poesia
Nos levam ao todo. E o sopro que ausculto
é o grito da guarda avante que brada
- Comei!
.
Acordo
ouço aos prantos os clamores; é guerra e somos poucos.
Ao meu lado os guerreiros, infantes. Lutadores.
O sangue marca a fúria dos bravos iguais
Levam ao povo as tragédias dos sacerdotes
e de longe bombardeiam os grandes feudos
Mas são os vanguardeiros que vão adentrar no castelo
abrir as portas para o povo
e construir o mundo novo
À frente os guardas nobres, defensores de uma moléstia
que os anos não souberam curar
filhos dos filhos dos mesmos filhos
Aleijadores dos mesmos que suplicam a sua volta
Mas são os vanguardeiros que vão adentrar no castelo
E neste acosso de verbetes e pensamentos
não sentiremos vergonha em escrever vergonhas
que serão as armas dos irmãos
para o início da nova era.