As mãos já atadas ao corpo são fruto do veneno doce que deixaste junto ao meu vinho. Sabemos que foi um discurso de palavras decoradas e, mesmo assim, insistiu, obnubilada o suficiente para ter plena consciência dos buracos que pisei e dos que ainda piso enquanto crio meus versos e espio pelas frestas.
Mas o meu canto é de liberdade
dando voltas nos labirintos das tuas voltas, forço gritos que não ouço.
e minha garganta sangra, sucumbindo ao suor que brota em minha pele.
E o meu canto é de liberdade
e o grito que segue a ecoar pelos teus prados
me revela que ao me soltar dos teus braços
meu corpo treme junto às cordas que deixaste.