maio 24, 2010

A mensagem que veio da garrafa


E na tormenta a onda traz a voz de quem ama sem precisar ver
Simplicidade destas pescadoras, rugas em forma de redes
a jogar sabedoria e a buscar os piratas tortos da escuridão

É o quebrar dos cacos que clama pelo nascer do sol, a imaginar
raios de luz das palavras do cântico das deusas, a recordar:


.
A expectativa é a de um sorriso nesse rosto teu
és certo, és mar de ondas tão salgadas
por isso deixa as lágrimas para o outro azul chorar
choro daquele de cima, onde passa nuvem e nuvem passa, límpida

Tempo quem dá são teus braços, a decidir onde traçar a tua rota
então dá ao leme luz, e ao teu futuro o meu norte
esquecer do medo da morte
entregar ao teu coração tua alma

Deixa tua história ao fundo destas águas
E depois volta, valente a reencontrar tuas mágoas
.



3 comentários:

Abelha de Gibran disse...

A profundidade das letras, contida nessa mensagem,traz consigo a (des) esperança de que, o dito recluso simbololicamente representado na garrafa ao acaso da profundeza de um oceano, em meio à tempestade interior, possa encontrar eco e norte na alma destinatária...Lindo escrito, parabéns!

José João Jesus disse...

O teu problema é escrever pouco.

Rafael Dotto Scremin disse...

Belíssimo, meu caro! Belíssimo!
Um dos melhores que já li aqui.
Não nos deixe mais tanto tempo, sem um texto teu. Por favor.
Grande abraço.