março 22, 2011

Na cadeira elétrica

O difícil é seguir em linha reta.


Só acordo nos últimos vinte metros - trazido pelas pernas, ludibriado pelo coração. Elas enfraquecem, descordenam. O peito sua e eu ofego aflito ao perceber que não há mais escapatória do brado da coragem. Passo os olhos ao redor para mexer o pescoço inquieto, lembrando que já procurei nestes que me observam a resposta que vive dentro desta alma há muito tempo - e que, por medo, permaneceu trancada em algum lugar. As mãos suam e eu aperto os dedos ao te ver caminhar na minha direção pelo corredor; recupero os sentidos a tempo de ver os teus olhos, fugindo dos meus, me deixando atônito. A mente paralisa o corpo. E me traz, a cada vez que ergues a cabeça, um novo motivo de viver e seguir.

Que a vida siga, então, no sonho eterno.
Um mundo onde as fronteiras são os nossos limites.
Que a ilusão seja, enfim, real.

.
Renasço

2 comentários:

Anônimo disse...

"Nem acordo nos último vinte metros, quiçá no trinta e tantos...as pernas permanecem firmes, o coração é que está amolecido. Procurar a resposta parece em vão, porque não há observadores, apenas expectadores... espera em vão. Sigo em frente, mãos e face suando pelo corredor, corredores...não recupero os sentidos, sigo atônita pelo caminho, sem destino..qual destino? Enquanto ergues a cabeça, penso que há motivos para viver e sorrir...tudo junto ao mesmo tempo!"

“A realidade não importa, o que importa é a ilusão.”
[CFA – Onde andará Dulce Veiga?]

Anônimo disse...

Tu não vais acreditar...São nessas horas que eu acredito na sincronicidade junguiana...rs
eu já havia pensado num nome assim para um blog de poesia "seresta insana" e minha inspiração tinha sido o nome de um blog já existente: "sonata insone", que tb é de poesia...
Execelente teus textos!