setembro 24, 2008

Densidade

Empurro as paredes que me encurralam com os ombros para sentir o pouco de ar que ainda resta neste cubo.

As mãos já atadas ao corpo são fruto do veneno doce que deixaste junto ao meu vinho. Sabemos que foi um discurso de palavras decoradas e, mesmo assim, insistiu, obnubilada o suficiente para ter plena consciência dos buracos que pisei e dos que ainda piso enquanto crio meus versos e espio pelas frestas.


Mas o meu canto é de liberdade
          dando voltas nos labirintos das tuas voltas, forço gritos que não ouço.
e minha garganta sangra, sucumbindo ao suor que brota em minha pele.

E o meu canto é de liberdade
          e o grito que segue a ecoar pelos teus prados
me revela que ao me soltar dos teus braços
meu corpo treme junto às cordas que deixaste.

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